Marcado na pele – A tendência das tatuagens em grupo​

Fazer uma tatuagem nunca foi tão comum. A prática, que já foi vista com muito preconceito pelos setores mais conservadores da sociedade, deixou de ser “coisa de marginal” para se tornar a fonte de um mercado consumidor gigantesco, que cresce a números expressivos no Brasil e no mundo.

 

Nos últimos 6 anos, só em capitais como Curitiba, o número de novos estúdios comerciais de tatuagem passou de 150 para aproximadamente 500. Enquanto novos conceitos e técnicas surgem, os estúdios mais antigos correm em busca de modernização e de inovações.

 

Confira reportagem exclusiva do Mundo S/A (Globo News) - O Crescente Mercado Consumidor De Tatuagem No Mundo: https://www.youtube.com/watch?v=1dl4wG-F1_I 

 

A tatuagem ganhou status de arte e deixou de se resumir apenas à ideia de mostrar o corpo. Além disso, a clientela tornou-se maior e mais variada e é em meio a esse “boom” no mercado, que novos comportamentos surgem, enquanto outros mais antigos ganham maior força, sendo o principal deles a tendência das tatuagens em grupo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De acordo com Artur Carvalho, tatuador, de 21 anos, a grande maioria das pessoas – sobretudo jovens - que deseja fazer tatuagem em grupo procura por algo minimalista, que possa simbolizar a amizade. Mas ele ressalva que, geralmente, sempre há o medo, entre os participantes, de que o grupo se desfaça e de que um ou outro fique com algo que não goste no corpo.

 

A única tatuagem feita pela estudante do 5º semestre de Comunicação, Érika Camargo, de 23 anos, não a agradou. “Eu fiquei um pouco chateada porque o tatuador errou”. Quando resolveu fazê-la, juntamente com dois amigos, tinha 17 anos. Porém, antes de executarem a ideia, um deles desistiu e ela feza tattoo apenas com o outro, que, mais tarde, acabou cobrindo o desenho. Porém, mesmohavendo se afastado dos dois amigos e sendo a única a permanecer com a figura no corpo, ela considera que esta serviu para marcar um período de sua vida e a relação de amizade estabelecida entre eles.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Geralmente, iniciais de letras, símbolos como o infinito ou termos dotados de um significado em comum para o grupo são as principais escolhas para esse tipo de tatuagem. Para Artur, a vontade de seguir o modismo às vezes é maior do que a confiança na durabilidade da amizade.

 

Mas a crítica não preocupa Mychelle Anjos, de 19 anos. Sua primeira tatuagem foi presente de aniversário dos seus 18. Além desta, ela tem mais duas. Agora, a atendente de televendas parte para sua quarta tattoo, que será a primeira realizada entre um grupo de amigos. “São cinco pessoas. A gente vai fazer o nome Jah Bless para meio que celebrar a nossa amizade porque Jah Bless significa ‘Deus abençoe’. Abençoe, no caso, a nossa união”, diz. Ela conta também que sempre teve vontade de fazer tatuagem em grupo e que, inclusive, a ideia para a tattoo partiu dela. Modismo ou não, o fato é que a tendência permanece em alta, ganha novos adeptos e indica comportamentos.