O cu: a grande metáfora da liberdade

Uma coisa que todo mundo tem é cu, por isso é a coisa mais democrática que existe, é algo que nos une. Tenho pesando nessas palavras, depois de assistir ao filme “Tatuagem” de Hilton Lacerda onde o cu é colocado como o grande instrumento utópico que nos resta.

 

Mas porque o cu é a metáfora da liberdade? Antes de responder faço a seguinte pergunta a quem está lendo, “Você desfruta dessa tal liberdade?”.

 

Bom, independente da sua resposta inicial, aqui vão algumas coisas para se pensar, você tem autonomia sobre seu corpo? Comportamento? Sexualidade? Cultura? Você é livre para amar? Querer? Sentir?

As respostas para essas questões só você tem! O que posso dizer é que EU uso o NÃO, para todas as perguntinhas a cima!

 

Vivemos em uma sociedade ocidental regida pelo capital, onde o sistema patriarcal nos impõe um padrão a seguir, que nos impede de nos expressar. Esse sistema está presente em todas as formas de convívio social, desde de como nos vestimos, nos comportamos enos relacionamos afetivamente e sexualmente. A liberdade pregada por tanto tempo, no que chamam de democracia, talvez não exista.

 

Seguimos a cartilha da heteronormatividade, da monogamia, em suma a cultura da opressão.

 

Por isso como no filme, coloco o cu como instrumento de liberdade, para transgredir, ironizar e importunar!Uso por que ele é um órgãoinjustiçado do nosso corpo, dito sujo e que só serve para evacuar, não esquecendo que a pouco tempo ele se tornou um órgão famoso usado em   ardentes debates políticos. Uso o cu como provocação ao macho que acredita no orgulho hetero, ao patriarcado que repudia ao feminino, a passividade, e sobre tudo a diversidade. Uso o por que não tenho medo que falar e utilizar aquilo que os conservadores guardam “intaquitos” como troféu da sua masculinidade.

 

Todas as diferenças do binarismo de gêneros - homem e mulher - são dissolvidas, por que o cu é torna democrático, todos nós temos.

 

Então para aqueles que se sentem castrados pela sociedade antiliberal e suas normas,empoderem-se dos seus cus, torne-o osímbolo da luta pela liberdade contra a falsa sociedade moralista, pois pra tudo que fazemos, dizemos e mostramos temos que botar o “cu na reta”.