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Cultural

 

E uma nova trama começa

Liberdade, Liberdade e o desafio de manter o público consolidado da novela das onze​

Por Afonso Ribas

Liberdade, Liberdade estreou nessa segunda-feira (11) com a promessa de manter ou até mesmo superar o nível da última novela da Globo exibida na faixa das onze – Verdades Secretas, sucesso entre o público, de autoria de Walcyr Carrasco, que, inclusive, tão logo a finalizou, já partiu para o horário das 18 horas, com Êta mundo bom!.

 

A nova produção, escrita por Mário Teixeira, estreante no papel de autor principal de uma trama da Globo, segue uma pegada que se acentuou em janeiro desse ano com Êta mundo bom! e depois com Velho Chico: a temática de época. Já são três novelas no casting atual da emissora que partem desse viés, fato que comentaristas da mídia consideram decorrente das duras críticas e da baixa audiência de tramas com enredos voltados para o contexto atual, tais como (e principalmente) a novela Babilônia. Quem não se lembra?

 

Produções de época sempre foi um ponto forte da TV Globo, não só no quesito qualidade, mas também no grande alcance e na recepção positiva que sempre conseguem arrancar do público. Bons exemplos são Cordel Encantado e Sinhá Moça, entre outros.

 

Trabalhar com três novelas de época de uma só vez é algo relativamente novo para a Globo e também uma grande aposta, que, até o momento, tem se mostrado favorável em vista dos melhores índices de audiência registrados nas últimas semanas. Só no primeiro capítulo, Velho Chico chegou a atingir 35 pontos no Ibope, algo que está se tornando cada vez mais difícil para aquela que um dia já bateu 65 em novela das oito. Não podemos negar, entretanto, que o bom resultado da atual novela das nove só foi possível graças a ampla estratégia de divulgação feita pela Globo, que se repetiu com Liberdade, Liberdade e que agora, verá se os frutos colhidos com isso estarão verdes ou maduros.

 

Sem dúvida, o maior destaque para essas duas tramas, e que não pode ser deixado de lado, é o visível investimento da emissora na produção de ambas. Basta, para isso, observar o grau de qualidade em imagem, edição, figurino, efeitos especiais e cenário. É até humilhante para as emissoras concorrentes.

 

O grande desafio de Liberdade, Liberdade é atender a expectativa que foi criada em torno de si e reconstruir ficcionalmente bem uma trama que tem como base um momento ou processo real de nossa história, detento de um cunho social e político delicado. O que se espera de uma novela como essa é que a trama desperte atenção do telespectador tanto por ser bom de assistir quanto por ser um novo modo de ver os acontecimentos históricos que contribuíram para o Brasil de hoje.

 

No elenco, nomes consolidados como Lilian Cabral, Mateus Solano e a pequena Mel Maia, foram escaladas para primeira fase da novela em vista desse objetivo. A atriz Andréia Horta estreia como protagonista em uma novela da Globo e tem a oportunidade de se consolidar no hall ‘mais elevado’ de atrizes da emissora interpretando Joaquina, filha do inconfidente Tiradentes (Thiago Lacerda).

 

Como o enredo será desenvolvido com base na perspectiva dela, anos após a morte de seu pai, o primeiro capítulo, já repleto de ação e cenas típicas de novela das onze, trouxe ao público justamente os caminhos que culminaram no enforcamento de Tiradentes. É, certamente, algo que um capítulo é muito pouco para retratar, o que ficou muito transparente aos meus olhos. É importantíssimo que os plots que darão continuidade à trama estejam bem amarrados para que não deixe essa primeira impressão marcada para o telespectador.

 

Não tem como deixar de dizer que o que de fato me chamou mais atenção nesse primeiro capítulo foi justamente a sequência da morte de Tiradentes e a coragem de sua filha Joaquina (Mel Maia), então criança em ir atrás de seu pai e acabar presenciando a sua morte. Só eu que me lembrei de algo MUITO  parecido com isso que eu já tinha visto antes???? A forma como ele morreu, o anúncio de sua condenação em público, a composição do cenário, a chegada de sua filha ao local, o aparecimento de alguém para acolhê-la nos braços e tapar os seus olhos... Se você assistiu ao capítulo e já assistiu ao capítulo de uma tal série chamada Game of Thrones... 80% de chance de você, se for um fã dos bons que nem eu, ter relacionado a cena da novela com a cena do episódio 9 da primeira temporada, em que Arya Stark vê seu pari Ned ser condenado e morto em público na capital de Westeros.

 

Quando a cena chegou ao fim e a novela então terminou, eu fiquei  simplesmente pensando: “Como assim???” Enfim, explicar isso agora não é possível (e nem sou capaz de opinar sobre). Como gostam de dizer por aí: vamos esperar pelos próximos capítulos.mbaraçada

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